O MURO DA ODEBRECHT




Imagem: UOL




E se alguém perguntar voce diz: O Brasil continua lindo...O Brasil continua sendo...o Brasil é o país do futuro, frase que se repete desde o milagre econômico no início dos anos 70...da nossa Tropicália....e então? Mas como estaria o Brasil hoje, 40 anos depois da promessa de um futuro de maioridade plena....

Bem, o Brasil acaba de chegar em 2017 e na bagagem uma "certeza" pouco animadora sobre o futuro...Mais de doze milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho, precisamente 12,3 milhões de pessoas desempregadas, com a taxa média móvel encerrando o 4º trimestre de 2016 em 12%, mostrando  uma indigesta estabilidade em relação aos 11,8% relativos ao 3º trimestre móvel do mesmo ano (julho, agosto e setembro), mas ainda assim tem a maior taxa da série histórica, iniciada em 2012.Os dados fazem parte da pesquisa nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnade Contínua) e foram divulgados esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a publicação, a população desocupada no Brasil cresceu 2,7% frente ao trimestre de julho a setembro, aumentando 36% (ou mais 3,3 milhões de pessoas desempregadas) em relação ao mesmo trimestre de 2015, um número que desmorona qualquer política monetária expansionista e também qualquer discurso maniqueísta apontando a solução do bem ante o mal.


A população média ocupada caiu de 92,1 milhões de pessoas para 90,4 milhões, o equivalente a menos 1,7 milhões de trabalhares ocupados em média ao longo do ano passado. O país perdeu em 2016, 1,4 milhões de postos de trabalho com carteira assinada no setor privado. Dados divulgados pelo IBGE indicam que o número de empregados com carteira assinada no setor privado caiu 3,9% no ano passado, passando de 35,7 milhões, em 2015, para 34,3 milhões em 2016.


Apesar do Eike, o real problema não foi capturado


Está solto e gozando do privilégio alheio. E aí está a crise dos três poderes, Judiciário, Legislativo e Executivo, apesar de Montesquieu ter idealizado em um tempo distante a independência dos poderes para assegurar a soberania da propriedade...enfim... voltemos as delações premiadas e algemadas.

A semana em que a ministra do Supremo Carmen Lúcia garantia a manutenção do sigilo das 77 delações da "Lista de Compras da Odebrecht" e a prisão do empresário Eike Batista chamava mais a atenção pela estética do couro cabeludo do que pela potencial delação; a Folha de São Paulo apresentou uma exclusiva do então senador Aécio Neves, como pivô de um esquema gigantesco de fraude em licitações em Minas Gerais e outros estados da federação, e mais, publicou uma reportagem em forma de arte abrindo parte dos personagens constantes nestas 77 delações, por partido(12), por nomes de políticos de todos os escalões em apelidos inusitadíssimos(59), incluindo ex-Presidente, atual Presidente, Senadores , Deputados , Governadores, Prefeitos, ex-Ministros e atuais Ministros, líder empresarial em uma lista que poderíamos chamar de Muro da Vergonha, ou melhor , o Muro que poderia separar o Brasil da escuridão do Brasil da reconstrução.


Os depoimentos prestados por funcionários e ex-funcionários da Odebrecht em 77 acordos de delação premiada foram homologados pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Carmen Lúcia, após a morte do ministro relator Teori Zavascki . As declarações poderão ser usadas em inquéritos e ações penais, muito embora exista uma força tarefa política atrasando o processo e por conta disto, o setor que mais emprega no país, de infraestrutura e construção civil continua atrás das grades, sem a possibilidade de acordo de leniência(processo judicial que permite ao réu o ressarcimento dos cofres públicos através de uma multa estipulada por danos ao poder público).

Existe de fato um salve-se quem puder.Enquanto redigia o artigo, o governo resolveu copiar seu antecessor(porque criar dá muito trabalho), estabelecendo dois novos ministérios, um inclusive para proteger o então ministro Moreira Franco com foro privilegiado, pois o mesmo consta nas delações homologadas pelo Supremo.

Voltando ao Muro erguido pela delação da ODEBRECHT com políticos na forma de sugestão para oportunizar um sepultamento coletivo da vida política dos personagens envolvidos, o que parece neste momento é que o processo precisa se livrar dos obstáculos colocados em seu caminho para que o mesmo atinja seu destino. Apesar desta exposição quero deixar claro que não defendo criminosos ou quem pratique qualquer delito. Repito como em outras oportunidades que não existe inocente nesta bizarra passagem da lava-jato, tanto empresário quanto político são cumplices dos crimes praticados, mas é preciso "desbloquear" os processos para que as empresas que arcarem pecuniariamente com as penalidades possam a voltar a operar e oferecer uma possibilidade de retomada do mercado de trabalho.


Neste cenário atual poderemos inclusive atingir ainda em maio, o número oficial de 13,5 milhões de desempregados e consolidarmos aquilo que muitos já argumentam: o Brasil esta na parte mais delicada de uma crise gêmea (econômica e política) que é a presunção da falta de perspectiva. E com ela postergamos para o inicio de 2018 uma provável reação do mercado de trabalho no Brasil.

Por hoje é só e que DEUS nos Abençoe!


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