UM PAÍS DE JOELHOS A ESPERA DE CUNHA


Imagem:Revista Época


Em pleno mês em que se organiza a SEMANA GLOBAL DE EMPREENDEDORISMO também no Brasil, o país luta para que seus empreendedores não sejam encobertos pela sombra da corrupção , má versação de recursos públicos  e o julgamento do futuro do país após mais uma delação premiada.O país que tenta passar a política a limpo, vê 500 anos de sua história alicerçado no modo de ser da "velha política" sendo desnudada sem trégua.Toda vez que se tenta delimitar o impacto da operação Lava-Jato, surge um novo braço de investigação e um crime novo.Será esse o fim da velha política? Ou será o fim de mais uma década para o Brasil?O desemprego que parecia estar com sua escalada sob controle, continua a crescer na direção de 13 milhões de brasileiros, ainda que devamos reconhecer que medidas promotoras de crescimento, ou seja,expansionista só produzirá efeito ao final do primeiro trimestre de 2017,com sorte!

Cenários

Um dos cenários possíveis é Eduardo Cunha entregar informações e arrastar para o centro da crise o presidente Michel Temer, apontando o envolvimento dele em práticas criminosas investigadas pela operação Lava-Jato.Sua volta repentina do Japão acusa claramente a possibilidade deste cenário.Neste caso a já combalida economia brasileira continuaria a sofrer um pouco mais com a queda de mais um presidente, agora com patrocinadores de peso como a grande cúpula do PSDB. 

No campo econômico, aqui sim de interesse deste artigo, a perspectiva mais plausível de curto prazo seria de desvalorização do real (com investidores saindo do país), provável interrupção da queda dos juros com o risco país voltando aos patamares anteriores.Mais a longo prazo,com uma provável troca da equipe econômica diante de um cenário de legitimidade do processo de delação,adiaríamos por mais algum tempo a complicada missão de recuperação.

Noutro cenário menos catastrófico onde o risco é menor que o anterior, porém ainda importante, a delação deve provocar uma desvalorização cambial, aumento dos juros, mas com um fator positivo,a PEC 241 aprovada protegeria o teto dos gastos públicos mesmo com um novo presidente eleito para preencher a vaga de Temer. No entanto o mesmo teria muitas dificuldades em desfazê-la e ainda mais dificuldade para aprovar outras reformas necessárias para que a PEC se sustente ( reforma previdenciária).Este cenário mesmo sendo hipotético já alimenta fortemente a incerteza na agenda de reformas. Podemos pensar, por exemplo, que a agenda de concessões e privatizações poderia estar descartada a esta altura. Menos investimentos entrando no país.

E um terceiro cenário,muito mais brando e acreditando na manutenção da "velha política", Cunha optaria ou por vontade ou por falta de provas por não incriminar o atual presidente, mas seu núcleo de apoio, como Romero Jucá, Eliseu Padilha, Moreira Franco etc.Neste caso teríamos uma possibilidade de que a equipe econômica seria preservada e o presidente se mantém no cargo bancando seus caciques da economia, mesmo com perda de parte do apoio parlamentar articulado pelos seus fiéis escudeiros. É um cenário com potencial risco ao país, adicionando os mesmos, efeitos qualitativos dos cenários anteriores apesar de mais brando. Ainda assim, muito perigoso para a frágil situação fiscal em que nos encontramos.

Seja o que for, é bom que fique muito claro que esta coluna não está torcendo por uma catástrofe nacional,apenas está lembrando os riscos embutidos nos cenários prováveis depois da prisão do então articulador político do PMDB, o deputado Eduardo Cunha.Devemos ainda lembrar o leitor que Eduardo Cunha é um homem "bomba" andando por aí, que pode trazer instabilidade ao país caso denuncie algum “peixe grande” e consiga provar que o conteúdo de sua denúncia é verdadeiro, obtendo assim o benefício de uma delação premiada, peça jurídica nesses novos tempos no Brasil.Neste caso, a agenda nacional está a reboque desta e de outras delações potencialmente explosivas.

Por hoje é só e que DEUS nos Abençoe! 

Comentários

  1. Estamos entre a cruz e a eespada. Não sabemos pelo que torcer. Realmente só resta pedir a Deus que nos abençoe.

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