TRUCULÊNCIA INTELECTUAL E A AGENDA NACIONAL


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A truculência intelectual é fruto da ditadura do ponto de vista, quando o coletivo é cooptado por grupos intelectuais que impõe seu consenso grupal sobre a maioria, surgem nesta situação o bem e o mal, o bom e o ruim , o factível e o impossível entre outras situações conflituosas em benefício da solução imposta.

O Governo Temer está enfrentando com desenvolta truculência intelectual o desafio da conveniência política em uma agenda nacional confusa, aquela mesma que beneficiou a velocidade dos últimos acontecimentos políticos, agora joga contra o atual governo. Motivo? Sim, as eleições municipais prometem paralisar o governo pelo menos até novembro, quando serão decididos em sua maioria nas grandes capitais, o novo mapa político e potencialmente nocivo ao Governo Federal.

Outro desafio que assombra a confusa agenda do planalto é como lidar com a independência do Banco Central, que vem jogando duro com a taxa básica de juros e não dá sinais de que na próxima reunião do COPOM(Comitê de Política Monetária) isto será  resolvido, ou seja, optar pelo início da queda gradual da taxa .O fato é que existe uma forte pressão dos chamados economistas midiáticos, aqueles que estão sempre em programas de entrevistas opinando a respeito do futuro econômico do Brasil, na direção de um corte imediato na taxa básica e de argumentos pouco eloquentes para fazer isto, até porque muitos destes colegas tem preferências políticas claras e deixa este detalhe muito evidente, aplicando um receituário de política monetária que outrora criticaram.

Bem, vamos deixar esta picuinha para lá e revelar que eu não tenho quaisquer problemas com a queda na taxa, apenas vejo que os fundamentos que motivaram sua subida ainda não foram atendidos em sua plenitude(inflação, crise fiscal e ajustes nas contas públicas)ainda que a inflação se acomodando na casa dos 5,5% e os juros a 14,25%, gera um prêmio mágico a favor dos rentistas na casa do 7% já descontados os impostos, um absurdo econômico e insustentável a curto prazo, pois gera um serviço de dívida mobiliária na casa dos R$ 600 bilhões .Não existe nenhum lugar neste mundo uma arrecadação para bancar esta festa de juros e tampouco alguém com um mínimo de formação econômica que aceite ou ache normal tal comportamento da política monetária.

Por falar em ajuste, este sem dúvida é o maior desafio para um governo de coalizão, principalmente depois de um processo de impedimento cujas bases políticas estão assentadas exclusivamente na troca de apoio e coeficiente eleitoral. O governo já pensa em desistir da tal reforma trabalhista, atrapalhada em grande medida pela impopularidade de lidar com benefícios concedidos e maduros na relação de trabalho. É bom que se diga que o atual modelo previdenciário brasileiro é insustentável e que a maioria dos países desenvolvidos já colocaram o tempo de aposentadoria mínima em 65 anos, entretanto o estado brasileiro como todos sabem, repassa muito mal sua arrecadação na prestação de serviços a sociedade, por isso, qualquer benefício concedido torna-se algo inquestionável e muito complicado de ser revisto, vide bolsa família, seguro desemprego e licença maternidade entre outros...

Nó de maioridade política


Este "nó de maioridade política" também pode ser atribuído na comunicação truculenta do governo federal, pois nele existem cargos de primeiro escalão tocado por agentes polêmicos como o Ministro Serra, sempre em busca de uma inconveniência disponível, o Ministro da Justiça Alexandre Moraes e seu passado recheado de frases polêmicas, a última antecipando ações da operação Lava Jato. E porque não mencionar também o Ministro falastrão Mendonça Filho.

Por falar em Mendonça Filho, sua contribuição polêmica surge com a mudança no currículo do ensino médio que vem patrocinado por outras  como por exemplo a  'flexibilização' do currículo e as disciplinas que podem passar a ser optativas, carga horária ampliada, muito embora ainda não se sabe como exatamente estas alterações serão financiadas e em qual prazo, e talvez, a principal delas protagonizada por sua "truculência intelectual" , uma mudança feita por Medida Provisória. Veja que por mais que tomemos cuidado para não politizar o texto, encontramos evidências do mal que permuta um governo de coalizão.

Aliás, "truculência intelectual" é uma das ferramentas possíveis de governos que formam maioria em regime de permuta. E para ser justo com os fatos  em relação aos governos anteriores ,este expediente também foi utilizado por eles.

Todas estas agendas propostas são iminentemente econômicas e precisam de caixa, lembrando que a arrecadação federal no mês de agosto recuou 10,2% comparado ao mesmo período em 2015, descontados a inflação (efeito Tanzi), e isto também é um agente implicador nas pretensões do atual governo.

O que será que está ocorrendo com o atual governo?


Sabe-se que a resposta desta pergunta está apoiada na possibilidade de incorporar o espírito nacionalista invocado nas mudanças de poder ocorridas recentemente, mas o contraponto disto é exatamente a falta de consenso sobre qual espírito nacionalista estão buscando atender, de um grupo ou da sociedade como um todo.

Se pensarmos na sociedade, não iremos entender "qualquer campanha" municipal de seus aliados políticos, pois eles devem estar falando outra lingua àquela que ouvimos quando estes agentes apoiaram o impedimento do governo anterior em favor de um grupo que propunha um novo projeto político. E se pensarmos em grupos, deveremos esperar o legado apontado pela operação Lava Jato para então entender o espírito público destes , afim de interpretar suas preferências. 

Bem, por hoje é só e que DEUS nos Abençoe!  

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