OITO RAZÕES PARA O DIVÓRCIO BRITÂNICO
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A BBC Brasil em uma matéria recente listou oito razões para o "Divórcio" britânico do bloco, marcado desde seu princípio por uma relação muito difícil com França e Alemanha em particular.
Primeira razão...
Alertas e crônicas sobre como ficaria mais pobre caso escolhesse sair da União Europeia não intimidou o britânico.Especialistas do Fundo Monetário Internacional, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e de várias outras organizações se pronunciaram afirmando que o crescimento econômico seria prejudicado, o desemprego aumentaria, o valor da libra cairia e as empresas britânicas ficariam em uma espécie de terra de ninguém fora do bloco.
Mas o fato de o público ter descartado tão rapidamente as opiniões de especialistas indica algo que supera a simples revolta contra o sistema. Sugere que muitos se sentiram fora do alcance dos benefícios econômicos dos mais de 40 anos de permanência no bloco.
Segunda razão...
Promessa de que a saída do bloco iria liberar até 350 milhões de libras (mais de R$ 1,7 bilhão) a mais por semana para aplicar na saúde pública é o tipo de frase política dos sonhos para qualquer marqueteiro: fácil de entender e atraente para todas as idades e correntes políticas.E o fato de que a promessa não resistiria a análise(o número foi questionado por autoridades do governo e descrito como potencialmente enganador pela Autoridade de Estatísticas britânica) não á derrubou e tampouco reduziu sua força.
Terceira razão...
Talvez a mais polêmica das oito razões, uma campanha pela saída do bloco transformou a questão da imigração em seu trunfo ao incorporar assuntos como identidade nacional e cultural,pois o tema tinha apelo entre os eleitores de baixa renda.O resultado do plebiscito sugeriu que o medo da imigração, o impacto dela na sociedade e o temor do que pode acontecer nos próximos 20 anos eram mais amplos e profundos do que se suspeitava.
O argumento central era de que o Reino Unido não poderia controlar o número de pessoas entrando no país enquanto continuasse no bloco estava em sintonia no argumento central de retomar o controle das fronteiras e garantir a soberania nacional.
Quarta razão...
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Cameron "Trucou" seu futuro político qualificando a decisão como uma questão de confiança e reputação pessoal.Apostou que conseguiria mudar a relação da Grã-Bretanha com a União Europeia até mesmo dentro de seu partido, o Conservador.O problema é que isso era baseado em promessas de reformas que muitos achavam modestas demais.Com o fracasso, o primeiro-ministro anunciou que renunciará ao cargo em outubro.
Quinta razão...
Desde o início desta discussão ,a campanha pela permanência precisava dos eleitores trabalhistas.O Partido Trabalhista (que tinha 90% de seus parlamentares a favor de ficar na UE) julgou muito mal o comportamento de seus partidários e, quando percebeu que havia algo errado, não conseguiu fazer muita coisa para mudar isso.
Sexta razão...
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Os britânicos desconfiavam que alguns ministros de governo iriam apoiar a saída do bloco, entretanto o ministro da Justiça Michael Gove foi além, se tornando um dos grandes motores da campanha pela saída ao lado do ex-prefeito de Londres, o conservador Boris Johnson. Gove trouxe inclusive o peso intelectual e Johnson, o apelo popular que conseguiu conquistar eleitores além da divisão entre conservadores e trabalhistas.Ambos percorreram o país todo.
Sétima razão...
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O eleitorado mais velho constituiu o grande trunfo na vitória dos "separatistas".Deste perfil temos que 78% das pessoas com 65 anos foram às urnas na eleição britânica de 2015; entre as de 18 a 24 anos, 43%; e de 25 a 34 anos, 54%.Muitos eleitores, porém, correram para se registrar entre os dias 15 de maio e 9 de junho: 2,6 milhões de pessoas, muitas delas jovens, se credenciaram para ir às urnas.
Oitava razão...
Um casamento conturbado entre Reino Unido e Europa exigiu longos anos para os britânicos se juntarem à Comunidade Europeia(1975). E muitos apoiaram a entrada de má vontade, ou apenas por razões econômicas superficiais.Essa ambivalência se transformou em hostilidade alongando décadas de ceticismo de políticos e de grande parte da imprensa britânica em relação à União Europeia.Na realidade a geração mais jovem era vista como mais favorável ao bloco, muito embora pareça muito razoável pressupor que o resultado não é só uma decisão de cunho político, mas também uma declaração de identidade nacional.
Por hoje é só e que DEUS nos Abençoe!
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