NEM SÓ DE PALANQUE VIVE UM CANDIDATO...
Todas as cartas já estão na mesa, muito embora as propostas de cunho econômico não devam ser as únicas a serem analisadas, seus impactos sobre a sociedade e os rumos do país são óbvios, sendo extremamente importante que o eleitor entenda os modelos econômicos propostos. Feito isto, escolhemos os três melhores colocados sem a preocupação da atual ordem na pesquisa eleitoral:
Aécio Neves
O candidato Aécio Neves, considerado da ala liberal tem como pilar o corte de gastos públicos, embora como toda proposta deste nível, não fica claro onde seriam feitos esses cortes. A alegação é a de que a “máquina pública” custa muito caro, com frequente alusão ao número de Ministérios do atual governo, mas falando tecnicamente despido do palanque, o aumento das despesas federais nos últimos anos foi quase que integralmente devida ao aumento de gastos sociais (os gastos públicos com funcionários, por exemplo, caíram nos últimos anos como percentagem do PIB). A extinção de alguns ministérios teria efeito praticamente nulo sobre as contas públicas e a aludida redução de gastos seria dificilmente realizada sem tocar nos programas sociais.
Também promete autonomia operacional ao Banco Central, que irá levar a taxa de inflação à meta de 4,5% ao ano, implicando com isto propostas de liberalização total da taxa de câmbio (em um contexto de pressão altista sobre ela) e de reajuste dos preços administrados.Outra proposta econômica é a de ampliação da abertura comercial brasileira, corriqueiro diagnóstico que se for levado á uma espécie de tratamento de choque com a esperança de que competição internacional fortalecerá a combalida indústria nacional, poderá ter efeito inverso no que resta de indústria no país.
Também promete autonomia operacional ao Banco Central, que irá levar a taxa de inflação à meta de 4,5% ao ano, implicando com isto propostas de liberalização total da taxa de câmbio (em um contexto de pressão altista sobre ela) e de reajuste dos preços administrados.Outra proposta econômica é a de ampliação da abertura comercial brasileira, corriqueiro diagnóstico que se for levado á uma espécie de tratamento de choque com a esperança de que competição internacional fortalecerá a combalida indústria nacional, poderá ter efeito inverso no que resta de indústria no país.
Marina Silva
Agora candidata do PSB, depois da tragédia que colocou uma elevada taxa emocional na corrida ao planalto, Marina Silva representa um (pequeno) passo adicional no espectro ideológico. Analisando seu programa econômico, costurado pelo professor Eduardo Gianetti, assessor econômico da candidata, aponta para uma “forte convergência” entre o PSB e o PSDB no que diz respeito às propostas econômicas. Os “ajustes necessários” passariam igualmente pelos cortes de gastos públicos, elevação de alguns preços administrados e combate obstinado à inflação, a despeito dos efeitos colaterais que isso gerará. O diagnóstico do professor e assessor é que o Estado brasileiro é muito grande para o PIB que temos, explicitando também sua posição liberal, deixando claro que para cumprir estes ajustes econômicos haverão custos (temporários, em sua opinião) em termos de crescimento e emprego.
Dilma Roussef
Sua candidatura está entre a percepção de que algumas mudanças são efetivamente necessárias e a aposta de que a essência do modelo vigente pode ser mantida. As mudanças indicadas passam sobretudo por uma ênfase redobrada na questão da infraestrutura e dos bens e serviços públicos, aqui em particular nos últimos anos, se mostrou pouco eficiente e descompromissada da qualidade no que tange ao cuidado com o dinheiro público .
Alguns ajustes na gestão macro são vistos como necessários, mas mais suaves do que aqueles propostos pela oposição e em particular, pelas circunstâncias do desaquecimento da indústria local com o intuito de não gerar desemprego. A essência a ser mantida é a de um modelo de crescimento econômico baseado na melhoria contínua da distribuição de renda e na inclusão dos ainda excluídos. Isto passa pela inserção de famílias no mercado de consumo de massas e a manutenção da taxa de desemprego no patamar historicamente baixo em que hoje se encontra (aqui existe uma particularidade já discutida, o tipo de emprego e o envelhecimento da população brasileira).
Bem amigos, este é o cenário proposto e deve ser a tônica dos debates públicos. Por hoje é só e que DEUS nos Abençoe!
Comentários
Postar um comentário