BITCOIN: SERÁ REALMENTE UMA AMEAÇA AO "DINHEIRO DE PLÁSTICO"?

Moeda 'física' que brinca com o Bitcoin (Foto: Reuters)
Imagem: Reuters

Apesar de ter surgido em 2008, o tema BITCOIN só ganhou dimensão planetária em 2014.Reza a lenda que tudo começou com um japonês chamado Satoshi Nakamoto, com 37 anos na época. Ninguém nunca o viu pessoalmente e acredita-se que ele represente um grupo do setor financeiro europeu. O enigmático "criador" do BITCOIN é também o maior detentor da moeda no globo: com mais de 1 milhão de BTCs, a fortuna virtual do "suposto" Nakamoto poderia valer mais de US$ 1 bilhão (R$ 2,35 bilhões).
Lendo curiosamente o artigo publicado pelo instituto liberal Ludwig Von Mises do Brasil, despertou a vontade de desvendar "este mistério cibernético" dos novos tempos, tempos estes que anda as voltas com a velocidade do comércio virtual e as taxas crescentes dos serviços de transações tradicionais.Será que o efeito BITCOIN irá ameaçar a moeda de plástico(CARTÕES)? Será que a internet irá romper com este modelo tão poderoso e protegido por grandes organizações?


Seu perfil


Devemos esclarecer inicialmente que esta "moeda" é um software, um dinheiro intangível criado na internet.Pode inclusive ser imaginado como sendo uma commodity criptográfica, criada digitalmente, completamente descentralizada, que existe somente no ciberespaço. Ela é produzida e gerida pelos computadores conectados à rede mundial, os quais formam a rede BITCOIN. Trata-se de um sistema de pagamento peer-to-peer que permite que as transações sejam assinadas digitalmente. O BITCOIN não possui um emissor centralizado e não há nenhuma autoridade central controlando o processo.

Em janeiro deste ano a revista "Bloomberg Businessweek" perguntou: "Por que investidores estão tão loucos por uma moeda alternativa criada por um fantasma?" Em um recente relatório para investidores, o tradicional Bank of America respondeu: "Acreditamos que a moeda possa se transformar em um grande meio de pagamento para o comércio eletrônico e se tornar uma séria competidora a instituições de transferências tradicionais". Até o ex-presidente do Federal Reserve, o banco central americano Ben Bernanke fez um comentário cauteloso: "Talvez seja uma promessa a longo prazo".
No ano passado, a cotação da moeda atingiu o pico de US$ 1,2 mil graças a iniciativa do próprio Congresso dos EUA de realizar audiências públicas com defensores e detratores do BITCOIN. Paul Krugman, prêmio Nobel de economia e ex-presidente do Fed, também já havia se manifestado, embora fosse contra a moeda, chamando-a de "sonho impossível" e, mais recentemente, de "perversa".Nesta lista de notáveis não podia faltar o liberal Milton Friedman, outro economista ganhador do Nobel,que sem saber da existência propriamente dita da moeda em questão,  já havia previsto em 1999 que uma moeda digital iria colocar em xeque os poderes do Estado sobre a economia.

Apesar destes comentários de peso e na carona dos desconfiados de plantão,  governos como da China e da Tailândia proibiram seu uso alegando temor de que a moeda seja usada em lavagem de dinheiro. Sua recente e ampla utilização na "Silk Road" (Rota da Seda), um conhecido "esconderijo" na internet em que se comercializam drogas e armas, também deu uma pinta marginal à moeda, o que vem causando problemas para o avanço do BITCOIN nestes países.Ainda no final de janeiro deste ano, o vice-presidente da fundação BITCOIN deixou o cargo após ser preso acusado de lavagem de dinheiro e de ligações com a Rota da Seda. A Apple retirou sem explicações um aplicativo de carteira digital de sua loja virtual.

Sua origem(multiplicação e expansão)


De acordo com seus criadores, a base monetária se expande de maneira limitada e controlada, sendo programada no software do BITCOIN. Porém, tal expansão é totalmente previsível e conhecida antecipadamente pelo público usuário, o que significa que tal inflação não pode ser manipulada para alterar a distribuição de renda entre os usuários. A todo e qualquer momento, qualquer usuário pode saber não apenas quantos bitcoins ele possui, como também quantos bitcoins existem no total. Ainda de acordo com os criadores, somente 21 milhões de unidades de dinheiro podem ser criadas até o ano de 2040 como mostra o gráfico abaixo a direita, o que significa que após certo ponto, a quantidade de dinheiro torna-se fixa.
Como comprar e vender bitcoins no Brasil
Fonte: Fundação BITCOIN


Como participar deste "MERCADO"?

Para negociar bitcoins é preciso que você tenha crédito na conta do Mercado BITCOIN. Para isto você deve adicionar esses créditos de duas formas: por meio de transferência online a partir de um depósito bancário nominal ou através de bancos .No primeiro caso, além de cadastrar a sua conta corrente no serviço é preciso se tornar um usuário VIP,sendo necessário enviar uma cópia de seu RG e CPF para o site (ou a cópia da sua CNH), em um processo que é informado durante o procedimento de compra. Após a verificação dos dados, você estará apto a comprar e vender bitcoins lembrando que, sobre cada transação incide uma comissão de 1,99% mais o valor fixo de R$ 2,90. 
Apenas tomando como exemplo um valor hipotético de R$ 100, seriam descontados R$ 1,99 mais R$ 2,90, totalizando R$ 4,89, sendo portanto creditado na conta do Mercado BITCOIN o valor de R$ 95,11.

No caso de transações feitas online, o crédito é liberado em poucas horas.Já em casos de depósitos (após ir ao banco e depositar o valor na conta-corrente indicada pelo site) será necessário enviar o comprovante (foto ou versão digital) para o Mercado BITCOIN, onde  a liberação do crédito poderá levar até 24 horas úteis após a compensação bancária.

Existem riscos para participar deste "MERCADO"?


Sim, existe como em qualquer ativo.O risco de posse da moeda é o mesmo como em qualquer outro mercado, seja pela cotação(volatilidade) ou pela corrosão dos preços convertidos em outra moeda.Então ao entrar neste mercado o participante deve estar ciente de estar comprando uma quantidade de ativos que são precificados pelo mercado(resultado de oferta e procura); em um segundo plano sua transação criptografada protege "apenas" a transação em si, volume de partida e chegada no destino desejado.Enquanto da posse dos bitcoins sem uso, o possuidor está exposto como qualquer outra moeda de oscilações positivas e negativas. 

Portanto o que predomina é o risco de posse,uma das preocupações dos economistas que viram um bitcoin valer US$ 0,01 em 2011,US$ 1.160 em 2013 e hoje(Maio) operar na casa dos US$ 430. Para o professor Pedro Duarte Garcia, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), o bitcoin não se diferencia muito de outras moedas sob o ponto de vista monetário.

"É uma moeda virtual que, como qualquer moeda atual hoje no mundo, é baseada na confiança. Ela funciona e é usada enquanto todo mundo que usa acredita que ela funciona. Isso é comum a qualquer moeda que a gente carrega no bolso."

Pessoal, por hoje é só, espero que possamos avaliar com mais cuidado as oportunidades que nos apresentam para não sermos vitimas da má informação.Lembrem-se, INFORMAÇÃO É VALOR:POUPEM ESTA MOEDA!

Até mais e que DEUS nos Abençoe! 

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