O ANO DAS INCERTEZAS



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A quatro anos atrás tínhamos a certeza que em 2014 seria o ano verde amarelo, tanto pela Copa do Mundo quanto pela consolidação dos investimentos produzidos indiretamente pelo evento.Aqui não estamos falando apenas do evento esportivo em si, mas de todo o conjunto de investimentos com vistas ao payback(retorno) do capital com resultados críveis e claros para a geração de negócios do país, pois onde há dinheiro público existe um risco de "socialização" iminente do prejuízo.

Copa


Hoje,somados todos os anos anteriores estamos longe de ter certeza dos benefícios deste evento com magnitude planetária, ainda mais se compararmos com a Copa na Alemanha, cujo estagio da organização em relação ao Brasil neste momento dista vinte e quatro meses , isto mesmo, estamos atrasados em dois anos comparados ao mesmo evento ocorrido em 2006 na Alemanha.
Estive em viagem neste ultimo mês pelo Reino Unido e já pude observar sinais claros de despreparo as portas de um evento deste porte, aliás ,na Inglaterra a Copa no Brasil já tem um "nickname": A Copa do Horror . A Europa em geral, sem ser injusto com os britânicos denunciam logística,horários,violência urbana e estrutura hoteleira como os primeiros vilões do nosso evento, e para dizer bem a verdade, eles estão completamente certos.

Inflação


Outro capítulo é uma velha conhecida nossa, a inflação.Estamos a quatro anos piorando gradativamente seu controle abusando inclusive de incentivos ao consumo, fator degenerativo do crescimento estrutural industrial.Em 2009 atingimos 4,31%, em 2010 5,91%,em 2011 6,50%,em 2012 5,84% e agora em 2013 5,91% sem a devida e habitual revisão. Nem cortes de impostos e medidas  no ano passado foram suficientes para conter a escalada inflacionária que ainda deixou uma conta pra lá de salgada, R$ 29 bilhões para os cofres públicos. Foi este o volume de recursos que a União deixou de arrecadar com o fim da cobrança de tributos sobre a cesta básica e o transporte urbano somado aos gastos para manter o desconto na conta de luz e evitar um aumento maior da gasolina.

Este quadro eleva substancialmente o risco dela superar o teto da meta de 6,5% traçada pelo Bacen, cuja ações de alívio do governo não deva se repetir este ano.
Isto somado a desvalorização do câmbio que pode aumentar devido às eleições, aos serviços ainda pressionados em razão do vigor do mercado de trabalho e a alta de preços provocada pela Copa,formam as incertezas apontadas pelos analistas como fatores que podem fazer com que  desande o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) em 2014. 

Política


Um outro capítulo será  na área política brasileira, referindo-se diretamente ao legado deixado pelas "prisões" decretadas pelo STF aos mensaleiros.Neste ponto a incerteza paira na escolha de nomes que ocuparão em 2015 cargos públicos, alguns deles ligados aos partidos que patrocinaram diretamente o chamado "propinoduto". Qual será a reação dos eleitores para este "novo" quadro político que se apresenta, ainda que na esfera federal a  presidenta  Dilma Roussef candidata a reeleição mantenha boa margem sobre outros pré-candidatos.Mas política é como o clima em São Paulo, pode mudar da manhã para a tarde, é melhor aguardar...

O ano de 2014 traz como ja falamos no inicio deste artigo, uma dinâmica perigosa de incertezas no campo econômico e político que já está refletido no aumento do risco país, que teve sua mínima histórica em outubro de 2007(137 pontos) e agora em janeiro de 2014 está próximo de 250 pontos(quanto maior é este índice, maior é o risco para os investidores locais e estrangeiros).Por isto tudo, vale a pena ficarmos atentos ao caminho que irão tomar estas circunstâncias, se para confirmar que eram apenas incertezas ou se para confirmar que serão nossas próximas mazelas...

Por hoje é só pessoal, um grande ano para todos e que DEUS nos Abençoe!



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