O PERIGO DO JURO NEGATIVO

Imagem:www.boletimdoempreendedor.com.br

     

Juros negativos, a origem.

Na prática o juro abaixo da inflação incentiva fortemente o consumo e ajuda inadvertidamente as empresas desarrumadas e com problemas financeiros. Entretanto o cenário em questão é típico processo que caracteriza o que chamamos de "juro negativo", trazendo com ele uma outra ameaça, a deflação.


Neste cenário consequente da deflação, o consumidor se retira do sistema e por não estar atraido inicialmente pela poupança, busca na "degeneração" dos preços  aquele prêmio que teria com a aplicação.Muito embora esta ação pareça ter encontrado o equilibrio natural entre compradores e vendedores, o resultado mais significante disto é a redução de investimentos e postos de trabalho.

Sinais robustos no Brasil

No inicio deste ano o Brasil provou da receita amarga do juro real negativo, onde a inflação superou o rendimento das principais aplicações financeiras, atrapalhando não só os agentes rentistas mas fortemente o apetite dos negócios.Com isto e sem a pressão para remunerar o capital "ocioso", as decisões de investimento dos agentes superavitários ficam mais demoradas e a economia não anda no ritmo desejado.
Imaginando os juros nominais acima da inflação, as pessoas são impelidas a buscar alguma decisão de investimento rapidamente para não perder as oportunidades. Se os juros reais são negativos a tendência é postergar as ações.Uma economia em que o custo de financiamento é menor do que a taxa de aumento de preços dos produtos comercializados por uma companhia favorece a atuação das empresas ineficientes. Basta que os administradores não façam nada para o lucro anual subir.
O COPOM (Comitê de Política Monetária) saiu do discurso confortável da sazonalidade inflacionária e entendendo que apesar dos reais movimentos sazonais de preços provocados pela escassez de oferta, a ordem é manter o"prêmio" positivo para os rentistas, evitando que estes tomem o caminho do aeroporto e busquem outros riscos mais interessantes de remuneração de capital além do discurso comportado de que esta tudo sobre controle.
Os números são absolutos e mostram que a sociedade superavitária está pagando para tomar riscos de crédito e investimento no Brasil,e desta forma sobe generosamente a temperatura do mau humor em relação aos indicadores de crecimento do PIB, hoje perto de pífios 2,35% diante de uma inflação que oscila entre 6% e 7% na ponta do consumidor. Os juros hoje na casa dos 9,50% sinaliza que o prêmio orbita na casa do 2% para baixo, premio este que não paga o risco cambial, imaginando que alguem entraria no país sem comprar a passagem de volta(hedge).Tudo isto aliado a instabilidade geopolítica com os nossos "padrinhos" americanos, deixa um ambiente turvo e com pouca visibilidade de navegação tornando a missão do timoneiro de que navegar é preciso, muito impreciso! 
Por hoje é só e que DEUS nos abençoe!

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