O BANCO CENTRAL NO "PAREDÃO"

Em tempos de farta ignorância cultural, usamos a expressão "paredão"para ilustrar o momento de provação da autoridade monetária em manter a confiança da moeda.O alerta não está dirigido apenas ao banco central brasileiro, mas sim á todos os bancos centrais que tiveram ou ainda estão tendo algum sucesso na empreitada do controle inflacionário no velho continente e especialmente nos emergentes.

Ele voltou...
 
Tal alerta vem de uma figura que se notabilizou nos anos 80 como presidente do FED(Banco Central dos Estados Unidos da América) e árduo combatedor do processo inflacionário que levou a uma brutal recessão no final de mandato do presidente Jimmy Carter. Estamos falando do controverso e emblemático economista e ex-presidente do FED, Paul Volcker.

Em uma entrevista interessantíssima a Revista Exame neste mês de janeiro, Paul Volcker ressurgiu como fênix e não mediu palavras para pôr fim a ilusão do controle total da inflação. Usando habilmente seu discurso como nos tempos de autoridade monetária, impôs o "paredão" em diversas oportunidades durante a entrevista quando indagado sobre sua visão dos bancos centrais.Em uma resposta ardida ele diz ironicamente a Revista Exame:
 
"Não é papel de um banco central apoiar o mercado imobiliário ou cuidar das pequenas empresas"
 
Quem quer dinheiroooo?
 
Evidente que toda a dinheirama derramada pelos bancos centrais dos países ricos para promover a manutenção do crescimento tem efeito estéril,inerte,as pessoas não estão dispostas a tomá-las como empréstimo a juros baixos pois não há projetos e horizonte róseo á vista, mas isto pode custar uma estagflação(fenômeno ocorrido nos anos setenta onde existia uma inflação ascedente com atividade econômica descendente).
 
Manter o controle de preços com atividade econômica baixa não exige esforço das autoridades monetárias, portanto qualquer banco central  tanto do velho continente quanto das américas não terão problema com isto, o maior desafio será quando a febre (inflação) voltar a subir, aí neste momento veremos "quais" os instrumentais de manobra serão aplicados para contê-la eficientemente.
 
Deixe com eles....
 
Em 2013 esperamos que os governos sejam mais efetivos e não depositem nos bancos centrais toda a missão de controlar a economia e a base monetária, ainda que isto seja "operacionalmente" uma atribuição deles,entretanto, cabe a missão e o planejamento estratégico a pasta econômica dos governos.
 
Paul Volcker também tocou nesta ferida e alfinetou o FED pelo seu caráter político e acadêmico recentemente neste cenário das eleições americanas, alertanto que duelos ideológicos não resolvem os problemas atuais da economia global e que os governos estão exagerando na dose de confiar esta atuação de planejamento aos bancos centrais, para ele está na hora de assumir responsabilidades executivas.
 
Por fim, Volcker chamou a atenção para que ele chama de "desunião européia".O motivo desta frase vem do dilema em se ter uma moeda única com uma soberania nacional.Para ele não existe esta dupla identidade, ou se tem uma moeda única e paga-se o preço da coesão e consenso, ou se tem um desarranjo econômico sob o pretexto da soberania nacional dos países do bloco.
 
Bem, por hoje é só. Desejo a todos um 2013 abençoado e cheio de realizações e que DEUS nos proteja! 
 
Até a próxima! 
 
 

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