A AVENTURA DO IPI

 
A origem
 
Em 2008,ainda no Governo Lula, a redução de impostos tanto em material de construção, quanto em linha branca e automóveis foram motivadas por uma crise muito forte, que se estendeu até 2009. Neste momento haviam quase trinta milhões de novos consumidores que estavam saindo das classes D e E e indo para a classe C, turbinando a manutenção dos níveis de consumo, ao contrário do que aconteceu no mundo inteiro.Veio a segunda crise e nós fizemos a mesma coisa e os resultados já mostraram que os efeitos são menores e perigosos, exatamente porque estes trinta milhões de consumidores já compraram na primeira crise, liderados pelos que não tinham televisão, máquina de lavar roupa e refrigerador e não vão trocar estes produtos agora.
 
Nós precisaríamos ter um novo consumidor, o que não aconteceu nesse período devido ao fato de que trinta milhões de novos consumidores não surge da noite para o dia. O efeito portanto, é cada vez menor porque é todo baseado no mercado local.
 
Os números apresentados na Pesquisa Industrial Mensal do mes de junho mostram que o desempenho dos setores beneficiados pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi muito melhor do que o dos demais segmentos, inclusive daqueles beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos. Entre eles estão o mobiliário e linha branca que cresceram inclusive mais do que automóveis, cuja recuperação só ocorreu em junho.Aqui cabe um comentário de abrangência setorial, onde o governo selecionou setores que utilizam mão de obra intensiva e participam de uma cadeia produtiva com as mesmas características de empregabilidade, causando o que chamamos de segregação econômica em meio a outros setores que  não tem qualquer incentivo.
 
Segundo o IBGE , a justificativa da diferença do efeito da redução do IPI ocorre porque são produtos com valores diferentes e o setor de automóveis estava mais estocado do que o de mobiliário e linha branca, além é claro que neste setor também pesam mais questões como inadimplência e endividamento das famílias.
 
Tendência confusa
 
Entretanto o mesmo impulso não apareceu nos segmentos beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos, onde por exemplo, a produção em 2012 foi menor tanto para calçados como para vestuário, o que não se repetiu dentro do mesmo grande segmento de bens semiduráveis, a fabricação de têxteis (cuja desoneração da folha só começa agora), e que cresceu nos dois trimestres de 2012 em relação ao mesmo período de 2011.
 
O setor de calçados e vestuário que também foram agraciados pela mão Keynesiana do Estado ao terem a benesse da eliminação da contribuição patronal ao INSS , encerraram o semestre com produção inferior a de igual período do ano passado.


Quanta criatividade

Existe outra corrente entre os analistas que apontam para a tese de que o IPI já fracassa por conta do raciocínio de que o consumidor pensa: 'Não será renovado, então vou comprar o carro'. Depois repensa: 'É possível que seja renovado, então vou adiar, assim compro em outubro em vez de agosto'. As pessoas estariam confusas e a economia precisaria ter estabilidade de regra.
 
Este raciocínio leva ao absurdo de confundir as competencias econômicas e neste caso uma clara tranferência do Estado, aumentando generosamente o déficit público, problema este que terá consequências sobre a sociedade em breve. Em miúdos, a captura econômica se dá em grande medida bonificada por transferencia de renda via impostos.O resto da análise fica por conta da criatividade de quem a faz... 

Até a próxima e que DEUS nos abençoe!


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